5 February 2009

Far North


Acabei de voltar da exibição de um filme chamado ‘Far North’ na London Film School e achei fantástico!.
O roteiro não tem muito diálogo e o elenco é pequeno.
Porém esta é uma daquelas estórias onde as coisas que não são ditas falam mais alto do que as que são mostradas de forma explícita.

O diretor britânico Asif Kapadia estava presente para responder a perguntas da platéia sobre o filme que foi gravado no Pólo Norte e foi bem interessante ouvir sobre todo o processo de produção, desde a história original, que era apenas um conto de cinco páginas, até a tela dos cinemas.

O ritmo lento do filme faz com que a emoção dos personagens role solta no cenário vazio, que rapidamente é preenchido com a saga de Yeoh, uma mulher amaldiçoada desde o nascimento a morrer sozinha, e que luta para sobreviver com a filha adotiva.

A descoberta de um fugitivo que é encontrado quase morto no gelo funciona como uma tempestade silenciosa que veio do nada para agitar a congelada vida sexual das duas mulheres.
Nós somos então convidados a entrar em mundo onde as pessoas abrem mão de coisas e engarrafam as emoções para tentar sobreviver por mais um dia. Personagens aprendendo que o curso da vida nem sempre recompensa os que cuidam dos mais fracos e que às vezes as pessoas mordem a mesma mão que as alimentam.
‘Far North’ é duro e original na mesma intensidade.
Talvez seja por isso que, mesmo com tanto gelo ao redor, o filme ainda assim é cativante.
Porém um final pertubador nós relembra que o ser humano não é capaz de lidar com a rejeição e solidão tão bem quanto enfrentamos a fome e outros desafios da vida.

I just came back from a screening of "Far North" at London Film School and it was fantastic!.
The script doesn’t have a lot of dialogue and the cast is small.
However it is one of those stories where things not said speak as loud as the ones made explicit.

British director Asif Kapadia attended the screening for a Q&A about his film set in the Arctic North Pole and it was interesting to know about the long process from the finding of a book with the original short story to bring it to the big screen.
The slow motion picture seems to make the characters emotions spinning through the empty landscapes quickly filled with the odyssey of Yeoh, a woman cursed at birth and destined to die alone, fighting to survive with her adopted daughter.

The discovery of a half-dead Russian deserter, glued to the ice acts like a silent storm coming out of nowhere to shake the women frozen sexual emotions. We are then invited to a world where people give up things and bottle their emotions in order to cope with another. People learning that the course of life not always reward the ones in charge to look after the fragile ones and that the sometimes people bite the hands who fed them.

Far North is painful and genuine at the same intensity.
Maybe that is why even with so much ice around it is still warm. Yet, a disturbing end makes sure you don’t forget that the human being can’t always cope with rejection and loneliness as well as starvation and other life challenges.

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